Apenas pensamentos embaralhados. Estou tentando me por em ordem.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

  Se ao menos eu pudesse passar o que eu sinto, transmitir as pessoas todos meus pensamentos e meus problemas. Se conseguisse me mostrar, me demonstrar a alguém por meio das palavras, ou talvez pelos olhos. Acredito que os olhos são assim, a unica parte de nosso corpo que não mente, mesmo jurando pra nós mesmo que por eles nenhum sentimento escapará, lá estão nossos olhos nos entregando. Mostrando o que realmente sentimos ou pensamos.
  Não somos a prova de mentiras, mas podemos sentir-las. O tom de voz, o brilho do olhar. São como nosso ponto fraco, algo sempre está por trás de um brilho diferente, desesperado e de palavras dizendo ao contrário. Com o tempo nos acostumamos, nada mais nos engana, conhecemos até as incertezas das outras pessoas, conhecemos seus pensamentos, tudo entra em sintonia.
  Conhecemos tudo, nada mais nos surpreenderá. Descobrimos todos os erros e as meias verdades, percebemos as mentiras, e os pensamentos. Acho que a partir desse ponto, a mágica se desfaz um pouco, perdemos aquela admiração, aquela curiosidade, basicamente tudo nos incomoda, agora vemos com clareza. 
  Nossos olhos são a unica esperança de que algo ainda pode dar certo, que ainda existe algo de bom. Apesar de tudo, um olhar sorridente nos faz esquecer, nos faz acreditar. Deve ser um dos nossos maiores bens, nosso ponto de segurança. O que nos salva de tudo que nos atinge.
  Mas quando ouvimos palavras saírem dos lábios, doces e suaves, nos trazendo alegria e alguma crença, olhamos nos olhos e enxergamos realmente, vemos o olhar duro nos quebramos em pedaços. Descobrindo a mentira nos partimos e caímos.
  A única coisa que nos faz viver, agora perde o brilho, e trás agonia. As palavras ditas perdem o sentido, as novas conclusões nos atingem.
  Os olhos que nos trouxeram confiança, agora nos ferem por dentro. Nos mostram a verdade.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Corrupt dreams




 As vezes recordando de minhas boas lembranças, que ficam perdidas em minha cabeça, flutuando num mundo onde eu não poderia entrar.  Me sinto sentado em um pequeno banco numa sala bem iluminada, analisando um grande vidro. Quando reparo o que se passa por trás dele.
  Minha visão tenta entrar em foco, pois tudo está muito embaçado e confuso. Não entendo o que acontece, esse mundo já não se encontram mais memórias. Meus pensamentos se fundiram a elas. Não sei mais o que vivi e o que imaginei. Tudo está entrelaçado, meus maiores sonhos e meus melhores dias, estão embolados rodopiando em minha cabeça.
  Sinto que algumas coisas continuam iguais, mais a maioria o tempo já tratou de modificar, ou talvez tenha sido eu, mais já não me recordo. Pequenos pontos soltos foram costurados com fatos que eu imagino que aconteceram, não sei com absoluta clareza tudo que já vivi. Coisas que eu queria com todas minha forças agora existem, pelo menos por trás desse vidro.
  Ganharam vida, e agora brilham mais que o resto, me fazendo acreditar que consegui quase tudo que já ansiei. Grande mentira, mais não tenho fatos pra contestar, também foram corrompidos por meus sonhos.
 Não sei exatamente o  que aconteceu. Como aquele lindo por do sol que me trazia tristeza terminou pertencendo aos meu melhores dias. Como nesse anoitecer terminei encostado em seu ombro, nem o que dissemos. As palavras corretas se foram logo que saíram de nossas bocas. Foram substituídas por resumos vagos de um conversa que provavelmente mudou minha vida. Ou como tomei suas mãos nas minhas, ou se fui eu.
  Malditos sonhos, acabaram com minhas lembranças.
  Mas talvez, se não existissem os sonhos nem teria essas lembranças, Tudo não teria seu brilho especial que eu imaginei ver, não existiria motivo para estar aqui. Um se alimenta do outro, sendo impossível acabar com qualquer um. Vivem mutuamente, me fazendo acreditar que algo bom existe, ou já existiu.
  Agora preciso deles juntos. São como uma rede de segurança para mim, quando parece que estou prestes a desabar, me sento novamente no banco, e me agarro a eles. Como se minha vida dependesse disso.
  No fim, sempre dependeu.

sexta-feira, 16 de julho de 2010



 Reviver as lembranças. Isso já se tornou mais um de meus vícios. Lembrar do gosto e do cheiro que minha vida tinha na época, sentir saudade. Mas há uma coisa nisso que eu não gosto, a tristeza de talvez esses tempos nunca mais voltem, ou de que logo irão acabar. Sinto uma angústia no peito quando num flash volto a realidade, deixando meu estado de topor causado por mais um de meus devaneios. Retorno do passado, das memórias incontáveis e me encontro aqui, cara a cara com a realidade.
  Quando me lembro que isto já não faz parte de minha vida, são somente lembranças a dor me invade como uma onda, me arrastando mais a dentro. Queria que voltassem, mais também queria esquece-las. Elas são como meus fantasmas, apesar do tempo, sempre voltam pra me assombrar e me lembrar de tudo que já vivi.
  Há coisas boas, mas como tudo, também existem outras não tão boas. Um momento de completa nostalgia me envolve, e novamente me afundo. Parece que uma tempestade invade minha alma, seus ventos me fazem estremecer, os trovões me trincam os dentes, o céu escuro inebria minha face, e me deixa parado, com o olhar perdido em alguma lembrança. E por ultimo, as gotas de chuva invadem lentamente meus olhos, escorrendo e lavando minha face, tentando limpar minha alma.
  Provavelmente tudo isso será inútil, minhas assombrações um dia voltaram, possa ser que desta vez demorem mais, mais eu as verei em breve, disto eu sei. Lembro do toque da pele, da suavidade da voz, da força do abraço, do calor da tarde, e do brilho do sol. Lembro da escuridão da noite, do frio do inverno congelando meus ossos, e do adorável cheiro refrescante no ar. Da luz da lua e das estrelas, de andar por ai numa noite de inverno qualquer.
  Os dias que não voltam mais.
  Alguns felizes, outros nem tanto. Mais e algum lugar aqui dentro de mim, eles ainda vivem. Num mundo inteiramente deles, e talvez por um acesso bondade me mandam pequenos pedacinhos de lembranças. Ou talvez maldade, me mandando momentos que queria esquecer.
  Felizes ou não, ainda cortam minha alma, e me fazem chorar. Sendo de alegria ou tristeza. Nem me importo mais.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Cowardly Sentiment.


As vezes, quando me encontro no vazio da escuridão,  sem saber o que fazer, e somente pensado em como você estaria, com saudades de seus braços. Tenho vontade de sair por ai na madrugada, apenas com meus jeans surrados e uma camiseta velha, andando pela cidade, me perdendo no frio e no vento, sem dizer nada a ninguém, rezando para não sentirem minha falta.
Vontade de ir na porta de sua casa e gritar seu nome na janela. Você provavelmente se assustaria, e colocaria a cara pra fora de e me veria, na sombra da luz, na calçada, sentado na sarjeta te olhando. Abriria a porta correndo e me perguntaria por que diabos eu estou na porta de sua casa uma hora dessas, e o que eu queria. Eu então lhe diria para não falar nada, calçar os sapatos e me acompanhar. Sair por ai comigo, sem ter pra onde ir, e me abraçar, pra juntos conseguirmos enfrentar o vazio da noite, que tentaria nos apanhar. Sem saber muito o que fazer, e meio relutante você me seguiria.
Andando e rindo, bêbados de nossa própria companhia, inebriados pelo momento totalmente inusitado. Eu estava planejando fugir com você, pra qualquer lugar longe daqui. Talvez num mundo que imaginei pra nós, queria apenas que pudesse ser real, somente preciso fazer ser real.
Então começaria a rir, olhando nos teus olhos, sem saber o que dizer. Veria ao redor, e não tendo a mínima idéia de onde estaríamos, algum campo aberto com pequenas árvores e a grama molhada do orvalho. Por fim te abraçaria, e diria quanto te amo, e quanto tenho sofrido com os segredos guardados, por não saber o que fazer, e com meu medo me impedido de ir além. E te diria que não durmo a noite, imaginando ser real o que eu fantasio, contando dos meus sonhos com você, e de como acordo feliz lembrando que pelo menos no meu mundo imaginário eu posso te ter.
E por fim, você me puxaria mais perto e diria que também me amava, e então não conseguiríamos usar mais palavras. E você me beijaria. A chuva começaria a cair molhando nossos corpos, o vento correria pelos nossos cabelos, nos fazendo sentir ainda mais frio, e nos arrepiando com pingos que escorriam pela nuca, entrando em contato com a pele quente debaixo da camiseta. Aproveitaríamos o pequeno momento o levando pela eternidade de nossa almas.
Ah se eu levantasse de minha velha poltrona, se largasse meu cigarro e minha caneca de café frio.
Se eu ao menos tivesse coragem.
Mas ainda posso sonhar.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Deluded Frozen Heart.

  E eu novamente estou aqui, no mesmo lugar, com o mesmo sentimento escondido em meu peito. Sem saber o que fazer, e pra onde correr. Eu realmente não acredito que estou de novo da mesma maneira, sentindo quase a mesma coisa, pensei que nunca aconteceria novamente. Mas então me encontro no mesmo quarto escuro, ouvindo a chuva cair na janela, o cheiro de terra invadindo meus pulmões, a música me envolve me levando mais adentro de mim. Me perco, como sempre acontece, na imensidão de um só ser, na imensidão da alma, dos pensamentos. Das lembranças e dos desejos. Os anos se passaram, eu achando que isso jamais voltaria, de certa forma voltou, mais de uma maneira diferente. Mais forte, mais pura. Continuo fantasiando situações, imaginado coisas. Se tudo fosse verdade, onde estaria. Provavelmente não aqui, na companhia de mim mesmo. No silencio eterno.
O frio invade meu peito, cobertores já não resolvem mais, é o frio da alma, o frio de um coração vazio. Começo a tremer e lágrimas escorrem de meus olhos, ouço minha respiração compassada, não sei mais o que pensar, muito menos como agir. Desejo com todas as forças mudar isso, realmente me doar a alguém podendo assim me esquentar e descogelar meu coração. Não quero que me complete, sou tão denso que isso me enlouqueceria. Quero dar um pedaço meu, me doar, para poder então ser feliz. E assim meu coração poderá voltar a bater, voltar existir.
Talvez ele nunca tenha vivido realmente, e tenha sim sido uma grande ilusão, um pequeno momento, ocorreu uma leve batida, e assim ele imaginou viver, amar. Não, esse coração congelado nunca foi realmente amado, ele já amou, de forma simples, forma pura, mais mesmo assim complexa, sem poder imaginar o real valor desse sentimento. Agora depois de um bom tempo de amores inventados, que o iludiram, ele se encontra novamente em situação parecida. Não sabendo mais sobre nada.
Continuo encarando o teto de meu quarto, o vapor da água ainda sai do banheiro, me rodeando e inebriando minha cabeça. Tinha tentado lavar minha alma, numa tentativa frustrada de melhorar alguma coisa, mais não adiantou nada. Muita coisa para apenas se amenizada por água. Fico confuso, nesse emaranhado de sentimentos e sensações. O vento gelado passa pelas frestas me provocando um arrepio na espinha. Já não sei mais o que fazer, já não consigo mais pensar. Entrei novamente em meu mundo dos sonhos. Onde provavelmente é melhor que este lugar, agora já não consigo mais agir.
E então meu coração congelado continuou não sabendo realmente o que é o amor.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Confused World.


As vezes eu gostaria de correr pra longe de tudo e de todos. Sem saber o que fazer aonde ir, me perco no vazio de mim mesmo. Um vácuo sem fim, no imenso mundo de pensamentos. Não sei o que digo, ou faço, momentos se passam e eu fico aqui. Poderia ter se passado a eternidade e eu não saberia. Viajando num mundo onde tudo é possível, fantasiando, criando ilusões e milhares de possibilidades, indo por diversos caminhos, onde tudo seria possível. Por onde ir, que escolhas eu poderia fazer. Medo de ser quem realmente sou. Não sei quem sou, ou se é isso que eu quero ser. Gostaria que pudessem ver dentro de mim, dentro do meu coração, que todos meus segredos fossem vistos, sem medo do que achariam, queria que vissem meus erros, que realmente me enxergassem. Sou o que escondo, o que ninguém sabe. Meus maiores medos, minhas maiores paixões.

Meus sentimentos mudam constantemente, me prendendo numa correnteza de emoções. Talvez se fosse menos confusa seria tudo mais fácil, sofreria menos, saberia o que amo, quem amo e quero, saberia onde ir, saberia realmente o que fazer e falar. Tenho medo de tomar atitudes, pois posso ferir alguém com minhas inconstâncias, ou ferir não as tomando. Mas temo mais ainda me ferir deixando de lado o sentimento.

Medo da dor, do sentimento perdido, se te talvez um abraço tivesse mudado isso, ou umas pequenas palavras, tão simples, mas tão complexas. Com um significado maior do que todos podem imaginar, ou talvez tão simples que não queremos enxergar, e fazemos de tudo isso tão grandioso. O “Eu te amo” pode mudar tudo, poderia tornar a vida diferente, ou nada e somente causar dor. Não sei, não consigo agir, fico somente parada, totalmente envolvida , olhando nos olhos e admirando a beleza do momento, dos sentimentos ali encontrados. O ar fica denso, e por fim me perco, o tempo passa, e mais uma vez volto pra casa pesando o que poderia ter dito, e se tudo daria certo. Medo de dar errado, medo de dar certo. Medo ainda maior de continuar aqui sem fazer nada, deixando tudo passar. Deixando a vida levar.

Talvez seja medo de viver, ou medo de sentir realmente.